Texto originalmente postado na CRM.
Tom chega em seu apartamento minúsculo, em alguns passos chega em seu banheiro para lavar-se depois de um dia inteiro de trabalho inútil e cansativo apenas para ganhar um irrisório salário, mas o bastante para sustentar sua vida miserável.
Após tomar um horrível banho gelado no chuveiro mais barato que se pode comprar, Tom vestiu suas únicas roupas limpas - o resto se encontrava num montinho na cozinha - e sentou-se na cadeira do seu computador no maior estilo dos anos 90, mas tudo bem, poderia dizer que era vintage. Olhou seus sites de sempre para no final apenas procurar vídeos engraçados no YouTube, não sabia porque fazia isso, não esboçava um sorriso quando os assistia. Depois de acessar sites não citáveis, ele finalmente lembrou-se de checar seu e-mail para ler mais spam e correntes de pessoas randômicas que de alguma forma não lembrada por ele possuíam seu endereço eletrônico.
Mas no meio de tanta futilidade, algo o chama atenção: um pequeno e-mail vindo de larry.wenham @ mymail.com. Tom se pôs a ler mesmo não sabendo o que seu cérebro achava de interessante naquilo.
Tom leu tudo até o final, talvez tenha sido uma extrema crise de "nada para fazer". Leu duas vezes e mais uma, buscando alguma reflexão naquilo. Seria apenas mais uma historinha para assustar?
Via que já havia passado da hora de jantar e logo pegou um pacote de macarrão instantâneo numa sacola atrás de sua porta, começou a esquentar a água e se sentou em sua cama pensando naquele e-mail recebido daquele que dizia ser um detetive particular chamado Larry Wenham (aparentemente) contando uma história e que fatos que ele não se lembra fizeram ele querer se matar. Talvez fosse verdade.
Jogou o macarrão desidratado na água esquentada o bastante, por um tempo apenas observou a hidratação daquele amontoado de massa seca. Voltou a seu computador e apenas encarou a história, não leu, apenas encarou; perguntava-se cada vez mais se aquilo era verdadeiro, olhava para o texto e percebeu no final escrito em letras grandes "NÃO VÁ". De uma vez, Tom se interessou em ir para aquela igreja descobrir o que tanto aterrorizava aquele homem, mas o problema é que a igreja poderia nem existir, então após comer seus macarrão colocou seu casaco e foi para a rua chamar um táxi até a tal Podincherry Road.
...
Ele já estava em frente a igreja, remexeu a mão em seu bolso e descobriu apenas 1 moeda lá, todo seu dinheiro havia ido no táxi e ele agora entrava a passos lentos na igreja em pedaços, as portas estavam fechadas e Tom teve de fazer uma força extrema para empurrá-las alguns centímetros até finalmente conseguir se esgueirar para entrar no lugar que naquele horário era extremamente macabro, pó voava a cada passo do sujeito e quase entrava no seu olho. Mas depois de um tempo observando o lugar destruído, Tom foi até seu real objetivo: a porta.
Ela estava nos fundos, Tom girou a maçaneta e ela abriu, como se ninguém tivesse trancado ela após o detetive penetrar naquele sombrio corredor, o rapaz continuou a andar naquele que parecia ser um longo caminho e logo se deu de cara com uma escada em espiral que - realmente - não parecia acabar nunca. Agora ele descia a escadaria com afinco em descobrir o que existia no final, será que a recompensa por andar tudo aquilo seria realmente algo tão assustador a ponto de fazer alguém se matar? Só restava pensar nisso enquanto descia degrau por degrau almejando o fim.
Com as pernas quase dormentes, Tom chega ao final sem quase perceber, ele vê apenas um curto corredor com uma porta no fim, parou um pouco para descansar as pernas mas logo foi até a porta e colocou sua mão na maçaneta, o que quer que estivesse do outro lado poderia mudar sua vida - ou até acabar com ela. Do outro lado existia um salão redondo, estrutura de mármore e um chão absurdamente brilhante em ouro, um lustre enorme ficava no centro do teto oval e música clássica tocava ao fundo, Tom não estava entendendo nada, o que seria aquilo?
De repente, uma porta que parecia camuflada na parede abriu-se e de lá um homem de terno utilizando uma horrenda máscara de couro negro saiu, ele encarava o rapaz e este andou alguns passos para trás, apenas para bater em outro homem de terno e quando viu havia vários deles ao seu redor.
- He, segundo em um mês, essa igreja está atraindo as pessoas. - o primeiro homem falava, pelo seu terno ser branco (diferentemente dos outros) parecia ser o líder.
- E pensar que roubar todo o dinheiro daquele fundo iria fazer as pessoas perderem o interesse aqui. Infelizmente teremos que matar outros... "Infelizmente", ahahahaha! - a risada foi como um eco, logo todos estavam rindo assim e a massiva voz em conjunto entrava nos ouvidos de Tom e este tapava os ouvidos enquanto ia cedendo ao chão, até alguém pegá-lo pela gola do casaco.
- Escute-me, não era para você estar aqui. Não é para ninguém entrar aqui, mas você e mais um detetive de anda entraram em nosso Santuário e agora você terá de esquecer tudo o que viu e.. verá.
Tom fez um movimento brusco para trás e saiu das mãos do sujeito, levantou-se o mais rápido que conseguiu, mas as mãos já estavam por todo seu corpo e a única coisa que ele conseguiu fazer foi correr para fora daquele amontoado de fanáticos de alguma espécie de culto. Tom correu com todas as suas forças até o corredor com a escada, por sua sorte ainda estava aberto e ele começou a correr para cima e para cima, a escada já não parecia mais tão curta com tanta adrenalina em seu corpo e algo o fazia temer tanto para desejar que tudo fosse mais um pesadelo. Tom cai e desmaia.
...
- Nós olhamos dentro de você. Em você só existe o vazio, nem uma gota de esperança por um dia melhor... você é perfeito para nós.
Tom estava deitado no meio do salão e vários estavam ao seu redor em um perfeito círculo, o líder estava a sua frente e se aproximou mais; ficou de joelhos ao lado de Tom.
- Espero que você goste de sangue... Vai ter de se acostumar.
Tom chega em seu apartamento minúsculo, em alguns passos chega em seu banheiro para lavar-se depois de um dia inteiro de trabalho inútil e cansativo apenas para ganhar um irrisório salário, mas o bastante para sustentar sua vida miserável.
Após tomar um horrível banho gelado no chuveiro mais barato que se pode comprar, Tom vestiu suas únicas roupas limpas - o resto se encontrava num montinho na cozinha - e sentou-se na cadeira do seu computador no maior estilo dos anos 90, mas tudo bem, poderia dizer que era vintage. Olhou seus sites de sempre para no final apenas procurar vídeos engraçados no YouTube, não sabia porque fazia isso, não esboçava um sorriso quando os assistia. Depois de acessar sites não citáveis, ele finalmente lembrou-se de checar seu e-mail para ler mais spam e correntes de pessoas randômicas que de alguma forma não lembrada por ele possuíam seu endereço eletrônico.
Mas no meio de tanta futilidade, algo o chama atenção: um pequeno e-mail vindo de larry.wenham @ mymail.com. Tom se pôs a ler mesmo não sabendo o que seu cérebro achava de interessante naquilo.
- Podincherry Road, Church.:
- Aquele lugar horrível... ARGH! Não gosto de relembrar-me da situação passada por mim na exata data de 15/09/13; ainda me pergunto como saí de lá.
Tudo começou com um fundo criado para restaurar uma igreja qualquer em Podincherry Road, o fundo foi aumentando ao longo dos meses e uma restauração total era certa até que o dinheiro sumiu e apenas 10 libras sobraram na conta. Eu fazia meu trabalho de detetive particular perto da vizinhança que buscava restaurar o lugar, parecia um caso dos facéis, sempre é um morador corrupto...
Alguns dias se passaram, após resolver algumas coisas mais urgentes dirigi-me até a rua do caso, bati na porta de alguns moradores que participavam do fundo, que eu tenha percebido todos eram devotos da igreja e que provavelmente não fariam isso, mas eu encontraria uma brecha. Após visitar todas as casas da rua fui até a rua de trás, lá as pessoas também eram amigáveis mas nenhuma participava do fundo e simplesmente não falavam do assunto, não levei muito tempo para visitar todas as casas.
Passei uma semana resolvendo um caso importante que me havia aparecido e, admito, havia esquecido completamente o problema da igreja até receber a ligação de um membro do fundo perguntando se haveria novas informações no caso, após enrolá-lo um pouco descansei até de noite quando eu iria para a igreja em ruínas ver o que havia nela. Talvez tenha sido a pior coisa a fazer.
Fui até a igreja e pelo que vi inicialmente era uma igreja como qualquer outra, o lugar do padre, o lugar do órgão e vários bancos para os fiéis assistirem a missa, como existia muito tempo para mim, decidi observar os fundo e dei de cara com uma porta trancada, sorte que conheço a arte de abrir portas com grampos. Atrás dessa porta trancada existia um corredor de pedra - úmido - que estava absurdamente escuro e ao que parece as únicas fontes de iluminação eram tochas colocadas em suportes, algo realmente estranho. Eu não via um palmo á minha frente mas continuei indo e indo de forma que meus pés cansaram - era um corredor realmente longo - e nem percebia quando descia degraus, talvez eu até tivesse descido uma escada...
Agora é a pior parte, e sabe qual o pior da pior parte? Minha mente é vazia em relação a ela, sim, depois de tanto para chegar aqui eu não me lembro um pedacinho de qualquer coisa que tenha acontecido, a única coisa que existe nesse "branco" é a extrema sensação de horror e medo que ela planta em minha mente. Eu não durmo faz 5 dias e simplesmente parei de trabalhar em qualquer caso, apenas ignoro todas as ligações e me sento em minha poltrona para tomar conhaque... Em um surto fui a minha mesa e comecei a escrever isso para um destinatário qualquer, acho que alguém na lista do sobrinho de uma ex-amiga. O que me levou a escrever isso? Eu não aguento mais, não aguento mais minha vida como ela está, eu agora vou embora e digo adeus.
Tom leu tudo até o final, talvez tenha sido uma extrema crise de "nada para fazer". Leu duas vezes e mais uma, buscando alguma reflexão naquilo. Seria apenas mais uma historinha para assustar?
Via que já havia passado da hora de jantar e logo pegou um pacote de macarrão instantâneo numa sacola atrás de sua porta, começou a esquentar a água e se sentou em sua cama pensando naquele e-mail recebido daquele que dizia ser um detetive particular chamado Larry Wenham (aparentemente) contando uma história e que fatos que ele não se lembra fizeram ele querer se matar. Talvez fosse verdade.
Jogou o macarrão desidratado na água esquentada o bastante, por um tempo apenas observou a hidratação daquele amontoado de massa seca. Voltou a seu computador e apenas encarou a história, não leu, apenas encarou; perguntava-se cada vez mais se aquilo era verdadeiro, olhava para o texto e percebeu no final escrito em letras grandes "NÃO VÁ". De uma vez, Tom se interessou em ir para aquela igreja descobrir o que tanto aterrorizava aquele homem, mas o problema é que a igreja poderia nem existir, então após comer seus macarrão colocou seu casaco e foi para a rua chamar um táxi até a tal Podincherry Road.
...
Ele já estava em frente a igreja, remexeu a mão em seu bolso e descobriu apenas 1 moeda lá, todo seu dinheiro havia ido no táxi e ele agora entrava a passos lentos na igreja em pedaços, as portas estavam fechadas e Tom teve de fazer uma força extrema para empurrá-las alguns centímetros até finalmente conseguir se esgueirar para entrar no lugar que naquele horário era extremamente macabro, pó voava a cada passo do sujeito e quase entrava no seu olho. Mas depois de um tempo observando o lugar destruído, Tom foi até seu real objetivo: a porta.
Ela estava nos fundos, Tom girou a maçaneta e ela abriu, como se ninguém tivesse trancado ela após o detetive penetrar naquele sombrio corredor, o rapaz continuou a andar naquele que parecia ser um longo caminho e logo se deu de cara com uma escada em espiral que - realmente - não parecia acabar nunca. Agora ele descia a escadaria com afinco em descobrir o que existia no final, será que a recompensa por andar tudo aquilo seria realmente algo tão assustador a ponto de fazer alguém se matar? Só restava pensar nisso enquanto descia degrau por degrau almejando o fim.
Com as pernas quase dormentes, Tom chega ao final sem quase perceber, ele vê apenas um curto corredor com uma porta no fim, parou um pouco para descansar as pernas mas logo foi até a porta e colocou sua mão na maçaneta, o que quer que estivesse do outro lado poderia mudar sua vida - ou até acabar com ela. Do outro lado existia um salão redondo, estrutura de mármore e um chão absurdamente brilhante em ouro, um lustre enorme ficava no centro do teto oval e música clássica tocava ao fundo, Tom não estava entendendo nada, o que seria aquilo?
De repente, uma porta que parecia camuflada na parede abriu-se e de lá um homem de terno utilizando uma horrenda máscara de couro negro saiu, ele encarava o rapaz e este andou alguns passos para trás, apenas para bater em outro homem de terno e quando viu havia vários deles ao seu redor.
- He, segundo em um mês, essa igreja está atraindo as pessoas. - o primeiro homem falava, pelo seu terno ser branco (diferentemente dos outros) parecia ser o líder.
- E pensar que roubar todo o dinheiro daquele fundo iria fazer as pessoas perderem o interesse aqui. Infelizmente teremos que matar outros... "Infelizmente", ahahahaha! - a risada foi como um eco, logo todos estavam rindo assim e a massiva voz em conjunto entrava nos ouvidos de Tom e este tapava os ouvidos enquanto ia cedendo ao chão, até alguém pegá-lo pela gola do casaco.
- Escute-me, não era para você estar aqui. Não é para ninguém entrar aqui, mas você e mais um detetive de anda entraram em nosso Santuário e agora você terá de esquecer tudo o que viu e.. verá.
Tom fez um movimento brusco para trás e saiu das mãos do sujeito, levantou-se o mais rápido que conseguiu, mas as mãos já estavam por todo seu corpo e a única coisa que ele conseguiu fazer foi correr para fora daquele amontoado de fanáticos de alguma espécie de culto. Tom correu com todas as suas forças até o corredor com a escada, por sua sorte ainda estava aberto e ele começou a correr para cima e para cima, a escada já não parecia mais tão curta com tanta adrenalina em seu corpo e algo o fazia temer tanto para desejar que tudo fosse mais um pesadelo. Tom cai e desmaia.
...
- Nós olhamos dentro de você. Em você só existe o vazio, nem uma gota de esperança por um dia melhor... você é perfeito para nós.
Tom estava deitado no meio do salão e vários estavam ao seu redor em um perfeito círculo, o líder estava a sua frente e se aproximou mais; ficou de joelhos ao lado de Tom.
- Espero que você goste de sangue... Vai ter de se acostumar.